Como o Uso de Drogas podem Intensificar as Crises de Psicose
O uso de drogas é nocivo de várias formas para nosso organismo, mas também é extremamente perigosa também quando se fala em afetar a nossa mente, um dos grandes perigos presentes no uso de substâncias químicas são a intensificação de transtornos e distúrbios mentais.
Sendo assim uma das grandes ocorrências de casos mais recorrentes são a intensificação de crises de psicose, aqueles usuários que já se mostram predisposto, a este distúrbio psicológico, o que pode ser extremamente perigoso levando a vida dessas pessoas em risco, podendo causar surtos, agressões, desentendimentos, entre outros, com isso é preciso que essas pessoas sejam mantidas em segurança e funcionais em sua sociedade.
Segundo um artigo publicado pelo Jornal brasileiro de psiquiatria os transtornos mentais acomete de 20% a 56% da população nacional, sendo assim representando uma grande parte da população brasileira, deixando ainda mais perigoso o uso de drogas de forma imprópria, podendo acometer toda uma população.
Neste texto vamos abordar como as substâncias químicas, podem fazer com que a situação desses indivíduos que precisam de acompanhamento psicológico e psiquiátrico pode piorar exponencialmente com o uso de substâncias psicoativas, além de fazer com que as pessoas ao seu redor como sua família também sofram, com as consequências do uso.
Segundo Sigmund Freud a psicose se configura com o afastamento da realidade, onde o indivíduo perde noção do que é real e o que ilusório, podendo se manifestar em formas de paranóia, melancolia, delírios, onde o sujeito acredita que aquilo que o mesmo está psiquicamente vivenciando é real, podendo fazer com o mesmo entre em estado de desespero ou de angústia, precisando urgentemente de acompanhamento psicológico, que ajude a retomar seu conceito de realidade e transformá-lo num ser funcional juntamente com o trabalho de psiquiatras.
As crises de psicose não possui uma origem única, muitas delas vêm de questões genéticas, outras são uma resposta ao ambiente que o indivíduo vive e sua relação com esse ambiente, como uma mãe que não permite que seu filho tenha sua individualidade, não tenha suas próprias ideias e sufocando suas relações com outros para que ela esteja sempre no controle, isso pode fazer com que esta criança acaba desenvolvendo uma psicose, podendo ela se manifestar de modo esquizofrênico, paranoico ou até mesmo melancólico.
Com isso pessoas que sofrem com psicoses acabam tendo muito sofrimento psíquico, onde constantemente são acometidas por perturbações, e muitas vezes fazem o uso de substâncias acreditando que isso iria vir a aliviar suas angústias, mas o efeito é exatamente o inverso.
Como foi dito antes a psicose se manifesta de formas diferentes, chamamos essas formas de estrutura psíquica, estas estruturas mudam de acordo com a formação psíquica de cada indivíduo, suas vivências de vida, e a causa da psicose, como por exemplo uma pessoa criada por uma mãe superprotetora onde o mesmo não consegue se manifestar, pode desenvolver paranoias, assim como uma pessoa isolada pode desenvolver esquizofrenia com alucinações auditivas por não conseguir sua comunicação com o outro.
Esquizofrenia: Segundo um artigo publicado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) a esquizofrenia se define atualmente como uma psicose crônica e idiopática, onde seus fatores de causalidades se mostram multifatoriais, como foi dito antes, tanto pela genética quanto por fatores ambientais, sendo trabalhado em conjunto ou não.
A esquizofrenia se apresenta com sintomas característicos incluíam alucinações, perturbações em atenção, compreensão e fluxo de pensamento, esvaziamento afetivo e sintomas catatônicos, fazendo-se necessária o tratamento farmacológico em conjunto com a psicoterapia, para que os sintomas sejam aliviados e o sujeito comece a reagir diante do seu distúrbio.
Paranoias: A paranoia é um sintoma que segundo PUC-SP se mostra de forma que o sujeito demonstra uma preocupação excessiva sobre tudo aquilo que pode colocar em risco, sensação de perseguição, fazendo com que o indivíduo apresente um comportamento ansioso, onde quando não tratado o mesmo pode adotar uma postura isoladora dando espaço para alucinação de delírios e alucinações.
Além disso são as paranoias as principais responsáveis pelo isolamento social das pessoas que possuem algum tipo de psicose, uma vez que as mesmas acreditam está sendo julgadas, observadas e perseguidas, fazendo com que não se sintam seguras em locais com muitas pessoas, abdicando de fazer tarefas simples do dia a dia como ir à padaria, praticar algum exercício ou até mesmo interagir com outras pessoas.
Melancolia: A melancolia é uma tristeza profunda, que muitas vezes se demonstra através do luto, mas também pode ser classificada como uma das subestruturas da psicose, a mesma se apresenta com uma grande falta de ânimo, tristeza profunda, onde o indivíduo se isola, e não sente prazer em sua vida.
É na melancolia onde muitas pessoas perdem a vontade de agir diante do transtorno compreendendo e gerando pensamentos disfuncionais onde não acredita em sua recuperação, fazendo extremamente necessário a ida a terapia.
Segunda uma pesquisa da Universidade Federal da Bahia ( UFBA), as crises de psicose podem surgir muito mais facilmente em usuários de drogas como a maconha do que aqueles usuários, como a mesma pontuou numa pesquisa feita por 35 anos e com 50.087 conscritos, o usuários de maconha tiveram uma incidência maior de resultado psicóticos 3 vezes maior, daqueles que não eram usuários.
Sendo assim mostrando que as drogas psicoativas, possuem grandes propriedades de risco para pessoas que possuem um distúrbio psíquico, uma vez que a mesma possui meios que químicas que são extremamente perigosas e nocivas para o cérebro.
Com isso a degradação do cérebro faz com que as percepções e as limitações que os mantêm na realidade sejam vagarosamente perdidas e alteradas, fazendo com que as interações cerebrais sejam desfeitas e com isso intensificando sintomas das psicoses, dentre elas, alterações de humor, embotamento afetivo, paranoias, pois tudo que ajudaria a regular esses aspectos, foi destruído pelo princípio ativo e nocivo das substâncias químicas.
Sendo assim é imprescindível que seja evitado para o psicótico ter acesso ao uso de drogas ilícitas, pois a mesma pode colocar a perder todo um tratamento em construção, ou até mesmo fazer com que o indivíduo entre em estado de catatonia.
É imprescindível pontuar que as drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas, como álcool, maconha, cocaína, crack, heroína, entre outras, causam danos consideráveis em diferentes partes do corpo. Contudo, é no sistema nervoso central, e consequentemente no cérebro, que os efeitos mais preocupantes ocorrem.
Indivíduos predispostos à psicose ou que já enfrentam algum transtorno mental estão mais propensos a experimentar surtos psicóticos, quer durante o uso, quer durante a abstinência de substâncias químicas. Com os riscos potencializados, o consumo de drogas pode desencadear ou agravar episódios de alucinações, delírios, e outros sintomas típicos da psicose.
Além disso, o abuso de substâncias psicoativas pode resultar em dificuldades na adesão ao tratamento e no monitoramento das condições de pacientes já diagnosticados com transtornos psicóticos.
Sendo assim, o uso de drogas dificulta o caminho que leva à estabilidade emocional, ao bem-estar e à capacidade de discernir a realidade. Portanto, conscientizar-se dos riscos do uso de drogas para pacientes com predisposição à psicose ou que já enfrentam transtornos psicóticos é fundamental. Ao evitar o consumo dessas substâncias e investir na adesão ao tratamento adequado, é possível reduzir o impacto do surto psicótico no cotidiano do indivíduo e melhorar significativamente a qualidade de vida, propondo para o mesmo uma nova perspectiva diante do seu transtorno.
Diagnóstico diferencial: Quando é falado sobre as crises de psicose, é importante diferenciar a psicose que é induzida pela substância química e psicose primária, sendo assim as duas podem sofrer intensificações diante do uso de drogas.
Sendo assim é importante também frisar que os transtornos psicóticos possuem diferentes classificações que mudam de acordo com o tempo de duração que cada uma possui, além da sua causalidade e sua configuração, como sintomas.
Dentre os transtornos psicóticos primários os mesmos evoluem de uma forma antecedente, ou seja, antes da mesma se firmar como transtorno e depois evolui de forma progressiva se tornando crônica para o indivíduo.
Dentro da psicose primária que é aquela onde se tem influências anteriores ao uso de drogas, como a genética, fatores relacionais e ambientais, a mesma só pode ser realmente diagnosticada como não sendo causada pelo uso de substâncias químicas, somente após no mínimo 4 semanas após a iniciação da abstinência, para que seja feita a medicação necessária e o tratamento indicado.
Na esquizofrenia temos uma semelhança com a psicose primária, como as alucinações delírios, mas a desorganização no comportamento e a fala desconexa é o que mais se caracteriza dentro da esquizofrenia, além disso são presentes sintomas como anedonia, embotamento afetivo, baixa interação social, podendo durar mais do que seis meses.
Existem também a chamada crises de psicose breve que dura pouco mais de um dia, mas além disso é ocasionada por traumas situações de estresse, como a situação da psicose pós-parto, sendo um evento como principal causa do transtorno, mas não a substância.
Com isso também existe o transtorno esquizofreniforme, que possui os mesmos sintomas que a esquizofrenia, a sua diferenciação é que a mesma não dura mais do que quatro meses, fazendo com que a mesma tenha a possibilidade de ser tratada de forma breve.
Dentre os tratamentos que podem ser encontrados para transtornos psicóticos, temos como principais métodos o tratamento psicofarmacológico e a psicoterapia, onde se é necessário que o psicótico vá ao encontro de um médico psiquiatra que possa avaliar seus sintomas, além disso compreender que tipo de medicamentos serão necessários para uso.
Além disso é extremamente necessário, o acompanhamento psicoterapêutico, pois com a ajuda do profissional de psicologia será possível, tratar e compreender as angústias do indivíduo, para que o mesmo consiga se tornar uma pessoa funcional, elaborar novas perspectivas de vida, trazendo qualidade para sua vivência, se afastando dos riscos de surto e do isolamento social, ocasionado pela acumulação de estresse e ansiedade.
Sendo assim, com o tratamento sendo feito em conjunto de uma forma multidisciplinar a obtenção de sucesso é muito mais provável de acontecer. Na Clínica é possível obter um tratamento onde se tem um acompanhamento intensivo, com a equipe terapêutica, além da equipe médica, sendo coordenada através de propostas terapêuticas que incentivam o trabalho pessoal assim como a revitalização da interação social do indivíduo com a sociedade através de terapias em grupo.
Com isso se mostra de extrema importância à procura de tratamento, pois é possível promover novas habilidades ao indivíduo, para que o mesmo tenha a oportunidade de propor para si mesmo uma nova forma de lidar, tanto com o uso de substâncias quanto com seu transtorno psicótico.
Como vimos no texto a psicose é um transtorno que varia bastante e possui classificações diferentes, por isso a mesma tem diferentes modos de ser tratada e por outro lado diferentes formas de reagir ao uso das drogas, fazendo com que seja extremamente perigoso o uso das mesmas para um indivíduo que possua o transtorno psicótico.
Sendo assim o psicótico que faz uso de substâncias químicas, pode intensificar de forma perigosa os sintomas que por sua vez procura se livrar, fazendo com que seu comportamento seja alterado, seu humor fique variando, seus delírios e alucinações fiquem mais frequentes, podendo fazer com que o mesmo perca a capacidade de interação social, se afastando da relação com o outro, podendo acarretar a fixação daquela psicose.
Uma vez fixada a mesma fica difícil de ser acometida ao tratamento, sendo assim se dá importância de primeiramente cessar o uso de substâncias, assim como ir em busca de um tratamento adequado, onde seja possível promover para o sujeito, uma forma de tratar onde estejam incluídas o acompanhamento psiquiátrico e psicoterapêutico.
Pois através da participação de ambas as partes a regulação química do cérebro do indivíduo será promovida através dos medicamentos psiquiátricos além de tratar algumas enfermidades físicas que o uso de substâncias pode ter causado, assim como através da terapia o mesmo terá espaço livre de julgamentos para expressar seus sentimentos e elaborar novas propostas para sua vida.
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