A anfetamina e os estimulantes tipo anfetamina incluem substâncias com uma estrutura de feniletilamina substituída, tais como anfetamina, dextroanfetamina e metanfetamina.
Também se incluem substâncias estruturalmente diferentes, mas que apresentam efeitos semelhantes, como metilfenidato.
Essas substâncias em geral são consumidas via oral ou intravenosa, embora a metanfetamina também seja consumida por via nasal. Além dos compostos sintéticos do tipo anfetamina, existem estimulantes naturais, extraídos de plantas, como o khât. Anfetaminas e outros estimulantes podem ser obtidos por meio de receita médica para o tratamento de obesidade, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade e narcolepsia.
Consequentemente, estimulantes com prescrição podem ser desviados para o mercado negro. Os efeitos de anfetaminas e substâncias do tipo anfetamina são semelhantes aos efeitos da cocaína, de forma que os critérios para transtorno por uso de estimulantes são apresentados aqui como um único transtorno com a capacidade de especificar o estimulante em questão usado pelo indivíduo.
A cocaína pode ser consumida por meio de diversas preparações (p. ex., folhas de coca, pasta de coca, cloridrato de cocaína e alcaloides de cocaína, tais como cocaína freebase e crack) que diferem em potência devido a variados níveis de pureza e de rapidez de início dos efeitos. Contudo, em todas as formas da substância, a cocaína é o ingrediente ativo.
O pó de cloridrato de cocaína geralmente é “cheirado” através das narinas ou dissolvido em água e injetado via intravenosa. Indivíduos expostos a estimulantes tipo anfetamina ou cocaína podem desenvolver transtorno por uso de estimulantes em apenas uma semana, embora o início nem sempre seja tão rápido. Independentemente da via de administração, ocorre tolerância com o uso repetido. Sintomas de abstinência, em particular hipersonia, aumento do apetite e disforia, podem ocorrer e intensificar a fissura pela droga.
A maioria dos indivíduos com transtorno por uso de estimulantes experimentou tolerância ou abstinência.
Os padrões de uso e o curso são semelhantes entre transtornos envolvendo estimulantes tipo anfetamina e cocaína, já que ambas as substâncias são potentes estimulantes do sistema nervoso central com efeitos psicoativos e simpatomiméticos semelhantes. Estimulantes tipo anfetamina têm ação mais prolongada que cocaína e, portanto, são usados menos vezes por dia.
O uso pode ser crônico ou episódico, com momentos de consumo compulsivo intercalados por períodos breves sem uso.
Comportamento agressivo ou violento é comum quando doses altas são fumadas, ingeridas ou administradas via intravenosa. Ansiedade temporária intensa que lembra transtorno de pânico ou transtorno de ansiedade generalizada, bem como ideação paranoide e episódios psicóticos que lembram esquizofrenia, são observados com o uso de dosagens elevadas.
Os estados de abstinência estão associados a sintomas depressivos temporários, porém intensos, que podem se assemelhar a episódio depressivo maior; os sintomas depressivos geralmente se resolvem em uma semana.
A tolerância a estimulantes tipo anfetamina se desenvolve e leva a doses progressivamente maiores. No entanto, alguns usuários de estimulantes tipo anfetamina desenvolvem sensibilização, caracterizada por intensificação dos efeitos.
Transtornos relacionados a estimulantes costumam ocorrer concomitantemente a outros transtornos por uso de substâncias, em especial os que envolvem substâncias com propriedades sedativas, as quais são consumidas para reduzir a insônia, o nervosismo e outros efeitos colaterais desagradáveis. Usuários de cocaína normalmente usam álcool, enquanto usuários de estimulantes tipo anfetamina costuma usar Cannabis.
O transtorno por uso de estimulantes pode estar associado a transtorno de estresse pós-traumático, transtorno da personalidade antissocial, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade e transtorno do jogo.
Problemas cardiopulmonares costumam estar presentes em indivíduos que buscam tratamento para problemas relacionados à cocaína, sendo dor torácica o mais comum. Problemas médicos ocorrem em resposta a adulterantes usados como agentes de “mistura”.
Usuários de cocaína que a ingerem misturada com levamisol, um medicamento antimicrobiano de uso veterinário, podem sofrer agranulocitose e neutropenia febril.
A característica essencial da intoxicação por estimulantes relacionada a estimulantes tipo anfetamina e cocaína é a presença de alterações comportamentais ou psicológicas clinicamente significativas que se desenvolvem durante ou logo após o uso de estimulantes.
Alucinações auditivas podem ser proeminentes, assim como ideação paranoide, e esses sintomas devem ser distinguidos de um transtorno psicótico independente, como esquizofrenia.
A intoxicação por estimulantes geralmente começa com uma sensação de “barato” e inclui um ou mais dos seguintes sintomas: euforia com aumento do vigor, sociabilidade, hiperatividade, inquietação, hipervigilância, sensibilidade interpessoal, loquacidade, ansiedade, tensão, alerta, grandiosidade, comportamento estereotipado e repetitivo, raiva, julgamento prejudicado e, no caso de intoxicação crônica, embotamento afetivo com fadiga ou tristeza e retraimento social.
Essas alterações comportamentais e psicológicas são acompanhadas por dois ou mais dos seguintes sinais e sintomas, que se desenvolvem durante ou logo após o uso da cocaína: taquicardia ou bradicardia; dilatação pupilar; pressão arterial elevada ou diminuída; transpiração ou calafrios; náusea ou vômito; evidências de perda de peso; agitação ou retardo psicomotor; fraqueza muscular; depressão respiratória; dor torácica ou arritmias cardíacas; confusão, convulsões, discinesias, distonias ou coma.
A intoxicação, aguda ou crônica, frequentemente está associada com comprometimento no funcionamento social ou profissional.
A intoxicação grave pode levar a convulsões, arritmias cardíacas, hiperpirexia e morte. Para fazer um diagnóstico de intoxicação por estimulantes, os sintomas não podem ser atribuíveis a outra condição médica nem ser mais bem explicados por outro transtorno mental. Embora a intoxicação por estimulantes ocorra em indivíduos com transtorno por uso de estimulantes, ela não é um critério para o transtorno por uso de estimulantes, o qual é confirmado pela presença de dois dos 11 critérios diagnósticos para transtorno por uso.
A característica essencial da abstinência de estimulantes é a presença de uma síndrome de abstinência típica que se desenvolve no prazo de algumas horas a vários dias após a interrupção (ou redução acentuada) do uso de estimulantes (geralmente de altas doses) prolongado.
A síndrome de abstinência caracteriza-se pelo desenvolvimento de humor disfórico acompanhado por duas ou mais das seguintes alterações fisiológicas: fadiga, sonhos vívidos e desagradáveis, insônia ou hipersonia, aumento do apetite e retardo ou agitação psicomotora.
Bradicardia costuma estar presente e é uma medida confiável de abstinência de estimulantes. Anedonia e fissura pela droga também podem estar presentes, mas não fazem parte dos critérios diagnósticos.
Esses sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Os sintomas não podem ser atribuíveis a outra condição médica nem são mais bem explicados por outro transtorno mental.
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