Transtorno de Personalidade Borderline

O que é transtorno borderline?

Como já introduzido, o Borderline é um transtorno de personalidade (TP), os transtornos de personalidade são condições extremamente custosas para a saúde, visto a dificuldade de manejo dos pacientes que o apresentam, causados pela instabilidade das relações interpessoais do paciente e também pela falta de capacitação dos profissionais que os atendem.

A palavra borderline significa aquele que está no limite, que está na fronteira ou limítrofe, àquele que é incerto, essa definição se encaixa muito no padrão da pessoa que é acometida por esse transtorno e por isso que assim foi nomeado.

O transtorno de personalidade borderline ou síndrome de borderline se caracteriza como um problema psicológico em que a personalidade da pessoa se encontra manifestando alterações de humor constantes, alterações de comportamento, manifestações de impulsividade, raiva, angústia, insegurança, apresentando relações problemáticas com outras pessoas e medo de ficar sozinho ou de se sentir negligenciado.

A pessoa com borderline tem medo de serem abandonados e por muitas vezes coisas simples como atrasos para uma festa ou uma reunião importante pode parecer para o borderline que há algo de errado com ele ou que ele não merece a atenção.

A forma como eles interage com alguém e até mesmo a imagem que tem dela pode mudar de modo rápido, de um instante para o outro, eles são frequentemente descritos como imprevisíveis, isso acontece por conta do pensamento maniqueísta, onde as coisas são sempre divididas em bem e mal, bom e ruim.

Pessoas com esses transtornos mais desenvolvidos podem alternar de um estado mais calmo e estável para um estado de surto psicótico, assim como momentos de descontrole emocional e comportamental.

Segundo o DSM-5 (manual de diagnóstico e estatístico de transtornos mentais) os transtornos de personalidades são divididos em três grupos, sendo o Borderline incluído no grupo B, que são os transtornos de personalidades de caráter emocional, dramático e errático.

O transtorno de personalidade borderline ou também conhecido como transtorno de personalidade limítrofe afeta em estimativa 6% da população brasileira, esse dado seria o equivalente a quase 13 milhões de pessoas que seriam afetadas pelo transtorno.

Além de tudo, de acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) dos pacientes diagnosticados em nosso país, 10% deles acaba por cometer suicídio, o que remete a importância que a atenção a esse transtorno merece.

Causas e como buscar um Diagnóstico

O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) representa um desafio complexo para a compreensão humana, tendo existido ao longo da história, mas somente recebendo reconhecimento como um transtorno psiquiátrico em meados do século XX. Esse transtorno tece um padrão clínico único, onde a instabilidade emocional, a impulsividade, as oscilações extremas na autoimagem e nas relações interpessoais, e o intenso receio de abandono convergem para criar um espectro clínico envolvente e, por vezes, desconcertante.

À medida que exploramos as raízes do TPB, se torna evidente que sua identificação como um distúrbio psiquiátrico trouxe consigo a necessidade imediata de compreender e abordar suas complexidades, objetivo esse que tentaremos atingir ao longo do texto. Os esforços iniciais no campo da psiquiatria, muitas vezes comparados a decifrar um enigma, refletem a busca incessante por estratégias eficazes de intervenção.

Esse texto busca adentrar na profundidade do TPB, destacando não apenas as características clínicas, mas também os desafios associados ao convívio com indivíduos afetados por esse transtorno. Fazendo isso, pretende-se clarificar as variações do TPB, proporcionando uma compreensão mais profunda das experiências vividas por aqueles que lidam com esse desafio diariamente. Tentando, a partir disso, promover um conhecimento do transtorno culminando numa aceitação e promoção de suporte eficaz a indivíduos que enfrentam essa complexidade psicológica.

Quais as Causas do Transtorno Borderline?

O que se sabe até agora que não há uma causa única e comum a todos os casos de borderline.

O que existe são algumas possibilidades baseadas em análises clínicas de vários casos ao redor do mundo e de pesquisas feitas dentro deste tema.

O início do desenvolvimento do transtorno Borderline não é totalmente explicitado, mas há indícios de que a história familiar, fatores sociais, mudanças estruturais e funcionais no cérebro, fatores ambientais e culturais podem influenciar o risco de uma pessoa desenvolver esse transtorno. É importante deixar claro que, embora o risco seja aumentado diante dessas condições citadas, não quer dizer que o indivíduo irá desenvolver o TPB.

Ambiente familiar e traumas na infância

Traumas durante a infância podem desencadear e ser a causa de doenças no futuro, sobretudo quando acontecem durante o período conhecido como primeira infância que vai dos meses de gestação até os 6 anos de idade.

Desse modo, o ambiente de convívio da criança interfere muito nesse processo. Esse é o período em que os pais e responsáveis estão mais perto e são a principal fonte de influência e aprendizado da criança.

Qualquer alteração muito grande nessa dinâmica ou experiências traumáticas nessa etapa da vida interferem diretamente nesse processo, como negligência parental, divórcio e separação, perda de um dos pais ou outros cuidadores, sofrer abuso físico, abuso sexual, abuso verbal e psicológico.

Negligência, conflitos familiares intensos, perdas de entes queridos, desemprego, interrupção de estudos, abuso físico e sexual também são fatores que podem contribuir para o desenvolvimento do TPB. No entanto, o trauma na infância surge como o principal fator ambiental associado à origem do TPB, sendo observada uma conexão entre experiências adversas na infância, a manifestação do transtorno e sua gravidade.

Os principais traumas infantis incluem abuso físico, emocional, sexual, negligência emocional e física, representando coletivamente entre 30% e 90% dos casos. Mulheres diagnosticadas com Borderline frequentemente relatam ambientes familiares na infância caracterizados por patologias significativas. Vale ressaltar que 85% dos casos diagnosticados com TPB envolvem mulheres, fenômeno este atribuído a fatores sociais, mulheres são mais propensas a serem vítimas de abuso em seus lares.

Influência da genética: Estudos têm demonstrado que pacientes com pais com o transtorno borderline possuem mais chances de desenvolverem o transtorno de personalidade, assim como outras pessoas podem ter uma predisposição genética ao desenvolvimento da doença sem causa aparente.

Ainda não foram encontrados nenhum gene ou genes que possuam relação com o desenvolvimento do Borderline.

Porém com estudos clínicos tem se visto que pessoas com parentes próximos que já tiveram a doença, possuem muitas mais chances de desenvolvê-la.

Comparando com a população em geral, o Transtorno de Personalidade Borderline é mais comum em pessoas cujos parentes biológicos de primeiro grau também têm o transtorno. A hereditariedade para o TPB é estimada em 40%, embora ainda não tenha sido identificado um gene específico como causa do transtorno. Existem evidências de interações e correlações entre genes e ambiente no desenvolvimento do Borderline. Isso significa que pessoas com um genótipo mais “suscetível” têm maior risco de desenvolver o transtorno. Ou seja, parentes de primeiro grau de pessoas com este transtorno são mais propensos a ter a doença.

Alterações no cérebro

Algumas alterações cerebrais podem estar ligadas ao desenvolvimento dessa doença; problemas nas funções que regulam as emoções e comportamentos no cérebro, uma vez visto que essas partes são menores nos cérebros de quem possui o transtorno de borderline.

Não se sabe ao certo se são essas alterações cerebrais que iniciam o desenvolvimento da doença ou se acontecem justamente por conta de as pessoas desenvolverem o Borderline, o fato é que essas alterações existem nos portadores da doença e podem de fato ser uma das causas.

Neurológico:  Além desses dois fatores já mencionados, estudos utilizando neuroimagem revelaram uma rede de regiões cerebrais disfuncionais associadas aos sintomas do TPB. observou-se alterações no hipocampo e na amígdala, esta última apresentando uma maior atividade devido à sua associação com emoções negativas como raiva, medo e tristeza, comumente encontradas em pacientes com Borderline.

O córtex pré-frontal, que é responsável pelo controle da excitação emocional, demonstra uma redução em sua função. Isso significa que os pacientes têm dificuldade em regular suas emoções. Outro aspecto importante é o eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal, responsável por regular a produção de cortisol, observando-se assim uma certa hiperatividade, ou seja, devido a uma produção elevada de cortisol, os pacientes apresentam uma resposta mais intensa ao estresse.

Como identificar o transtorno borderline?

As pessoas que sofrem de borderline costumam ser bastante instáveis e impulsivas, dessa forma essas alterações interferem nas relações e relacionamentos.

Isso acontece quando essas pessoas demonstram uma desorganização emocional, com grande impulsividade.

Tendem a fazer o que “dá na telha”, como costumam dizer.

Em seus relacionamentos costumam ser bastante energéticos e interessados, porém também podem perder o interesse após um tempo se achar que não é correspondido ou que não recebe a devida atenção, ter um relacionamento com essas pessoas pode ser difícil devido a imprevisibilidade e instabilidade de humor, que pode alternar com bastante frequência.

O que já o diferencia do transtorno bipolar com quem é muito confundido, porém no transtorno bipolar as alterações de humor não são tão frequentes e não é tão súbita a mudança.

Aqueles que possuem o transtorno de borderline costumam se empenhar e serem determinados em não serem abandonados, geralmente possuem uma autoimagem que muda conforme seu humor, com isso sua autoestima varia bastante.

Em momentos de estresse os portadores do transtorno de borderline apresentam pensamentos paranoicos, que podem gerar sintomas dissociativos e comprometer a consciência da pessoa temporariamente.

Por conta das diversas alternâncias de humor e dos outros sintomas citados acima, é possível que se manifestem também sinais de automutilação, autossabotagem em sua vida pessoal, profissional e interpessoal; assim como tentativas de tirar a própria vida e se não for identificado e tratado pode chegar a cometer o suicídio.

Esses são alguns sinais que podem ajudar a reconhecer alguém com Borderline.

É importante que, em caso de suspeita, se leve a pessoa até um médico psiquiatra e um psicólogo, para que averigue a situação e informem como proceder.

Quais os tipos de transtorno de borderline?

Ainda não existe uma classificação única sobre os tipos de transtorno de borderline.

Com não há uma classificação oficial e diversos autores tentaram classificar de acordo com suas teorias, aqui vamos falar das mais conhecidas.

Borderline convencional

Segundo a autora Randi Kreger que dividiu o transtorno em dois tipos, Borderline convencional e Borderline invisível, falaremos primeiro do que ele chamou de borderline convencional.

Também chamado pela autora de Borderline de funcionamento baixo, pessoas com esse tipo de transtorno possuem uma tendência autodestrutiva, possuindo uma maior incidência de comportamentos suicidas e de automutilação.

Frequentemente são internados ou hospitalizados por conta de seus comportamentos, pois procuram aliviar sua dor emocional descarregando em si mesmos.

Também costumam tomar decisões precipitadas, colocando em risco seu futuro pessoal e profissional por conta de suas escolhas. 

Borderline invisível

Também chamado de Borderline de funcionamento alto, pois permite que a pessoa realize suas funções normalmente, como trabalhar e estudar, muitas vezes a pessoa nem sabe que o possui, justamente por não ter sintomas muito visíveis.

Pessoas com esse tipo de transtorno Borderline possuem um comportamento autodestrutivo menos característico, porém ao contrário do Borderline convencional ele não desconta suas frustrações e sua dor emocional em si mesmo e sim nos outros.

Frequentemente cometendo abusos e insultos verbais, comportamento de raiva extrema podendo incluir agressividade e violência física.

Esse tipo de comportamento costuma acontecer com amigos próximos e/ou familiares na grande maioria das vezes, esses tipos de casos demoram mais e são mais difíceis de serem diagnosticados.

Borderline impulsivo

A classificação de Theodor Millon também é uma das mais conhecidas. Dentre os tipos classificados por ele, falaremos de Borderline impulsivo, petulante e autodestrutivo.

Segundo o autor, o portador do transtorno de Borderline poderia manifestar comportamentos baseado em nenhuma ou várias dessas características.

Os do tipo impulsivo compartilham características em comum com os portadores do transtorno de personalidade histriônica e do transtorno de personalidade antissocial.

De forma que tendem a ser muitos sedutores, vaidosos, caprichosos, energéticos e impulsivos, podem apresentar indecisão nas horas em que precisam escolher e se focam em coisas superficiais, possuem também um grande potencial suicida e não suportam a perda e o abandono, tornando se mais sombrios e facilmente irritáveis.

Borderline petulante

Agora falaremos sobre o tipo Borderline petulante que, segundo a classificação de Millon, são conhecidos por serem mais pessimistas e negativistas, guardam rancor com mais facilidade que os outros tipos, costumam ter comportamento de se desafiar e desafiar aos outros, pois é bastante inquieto e impaciente.

Manifesta comportamento passivo-agressivo, que se caracteriza por uma oposição interna entre o que lhe é passado e o que sente e formas de negações indiretas, de modo que o levam a procrastinação, vitimização, esquecimentos frequentes, atrasos, justificação excessiva dentre vários outros.

Borderline autodestrutivo

Esse tipo de Borderline é principalmente caracterizada por sua raiva direcionada a si mesmo como forma de punição, costuma ser uma pessoa mais introvertida tendo características depressivas e masoquistas como pontos centrais.

Casos de automutilação são comuns dentro dessa classificação, assim sendo potencialmente suicidas, sua tensão interna está quase sempre elevada e reclama com certa frequência, porém se conforma rapidamente e não realiza nenhuma ação que contribua para mudança.

Borderline é mais comum em mulheres ou em homens?

Esse é um transtorno mais comum entre as mulheres, especialmente as mais jovens. No mundo estima-se que esteja numa proporção de 3 para 1, ou seja, dentre 4 portadores do transtorno 3 são mulheres e 1 é homem.

No Brasil não há dados ou índices que indiquem a prevalência da doença ou proporção pelo sexo, então ainda não sabemos inteiramente como é a realidade da doença em nosso país.

Acredita-se que o número mais alto de mulheres nos casos globais, deve-se ao fato de que as mulheres se consultam mais e por isso descobrem mais precocemente e em maior quantidade. 

Principais Sintomas do Transtorno de Personalidade Borderline

O Borderline é caracterizado pela impulsividade constante, oscilações de humor, problemas nos relacionamentos interpessoais, falta de controle da raiva, pensamentos e ideações suicidas, entre outros. A seguir falaremos mais especificamente sobre alguns sintomas.

Instabilidade afetiva e Mudanças de humor: A tradução da palavra borderline do inglês para o português significa “limítrofe”, ou seja, aquilo que vive no limite, e é justamente essa personalidade fronteiriça que define o portador de TPB. Essas pessoas vivem no limite de suas emoções e sentimentos e sentem isso com mais intensidade que a maioria das pessoas. A emoção vem com maior agilidade, causa mais danos e tem uma duração de tempo maior. Dessa forma, essas pessoas tendem a mudar o ponto de vista que têm de outras pessoas de forma abrupta e dramática.

Frequentemente experimentam sentimentos de vazio e solidão, sendo altamente sensíveis à rejeição. Pequenos episódios de rejeição desencadeiam intensas reações emocionais. Por exemplo, uma simples viagem de negócios do parceiro pode resultar em respostas exageradas, incluindo acusações de rejeição, abandono e egoísmo.

Mal-estar, Irritabilidade ou Ansiedade: A pessoa com transtorno reage de forma mais agressiva e impulsiva, manifestando frequentes ataques de fúria, ansiedade e choro. Essas ações, decorrentes de um transtorno pouco compreendido, não apenas afetam o indivíduo com o distúrbio, mas também impactam negativamente aqueles ao seu redor, resultando em prejuízos nas relações pessoais. Os pacientes enfrentam desafios no controle da raiva, muitas vezes expressando irritação intensa de maneiras inapropriadas, como sarcasmo, amargura ou falação irritada. Essas reações podem ser direcionadas a cuidadores ou parceiros, associadas à percepção de negligência ou abandono. Outro elemento que pode ser observado nesses indivíduos é a agressividade voltada para o próprio sujeito, podendo se manifestar em automutilação, ideias e tentativas de suicídio.

Relacionamentos Instáveis e Intensos:  No âmbito social, o indivíduo com o transtorno frequentemente se envolve em relações instáveis e intensas, que culminam em crises emocionais marcantes. A dinâmica dessas relações é influenciada por uma idealização intensa da pessoa envolvida, seguida por uma desvalorização significativa. A idealização surge de uma atração forte e sentimentos intensos, enquanto a desvalorização é caracterizada por emoções como ódio e repulsa, mesmo que o comportamento do parceiro permaneça inalterado.

Esse padrão de relações intensas e instáveis estende-se a familiares, amigos e entes queridos, oscilando entre extrema proximidade e amor (idealização) e extrema fúria ou ódio (desvalorização). A impulsividade é evidente na rápida alternância entre idealização e desencanto em relação aos outros, refletindo um ciclo de admiração e desilusão acelerado.

Crises de Identidade:  Indivíduos com Borderline têm dificuldades em se enxergar e ver suas próprias características, sejam elas positivas ou negativas. Isso acarreta numa mudança significativa em sua autoimagem, percebida pelas mudanças drásticas de seus objetivos, opiniões, carreiras, valores, etc., pela baixa autoestima e descontrole emocional fazendo com que se autossabote quanto estão prestes a atingir uma meta. Quando são expostos a stress excessivos podem desenvolver sintomas semelhantes à psicose. No cotidiano é comum a perda de emprego, abandono da graduação, separação etc. 

A visão negativa do Transtorno de Personalidade Bordeline

O Borderline é frequentemente mal compreendido e estigmatizado, perpetuando uma visão negativa sobre aqueles que vivenciam esse desafio. É imprescindível desvincular o TPB da identidade completa da pessoa, reconhecendo-o como parte de uma experiência mais ampla marcada pela instabilidade emocional e busca por identidade estável e, assim, não os reduzir ou defini-los a partir de sua sintomatologia (que foi abordado mais acima).

A educação e conscientização são alicerces para superar preconceitos quanto a estes, destacando que, apesar de comportamentos desafiadores, cada indivíduo com Borderline é único, com talentos e qualidades que vão além do transtorno. A empatia desempenha papel central na interação com pessoas com TPB, exigindo reconhecimento das emoções intensas e validação de suas experiências. A comunicação aberta e livre de julgamentos é essencial para construir relacionamentos saudáveis, considerando que reações emocionais intensas muitas vezes derivam de uma sensação profunda de abandono. Buscar tratamento e apoio profissional é crucial (iremos discutir melhor mais abaixo), enquanto a inclusão de amigos e familiares contribui para a formação de uma rede de apoio sólida.

Assim, desmistificar a visão negativa do TPB desmistificar a visão negativa do TPB é essencial para uma sociedade mais inclusiva. Adotar uma abordagem empática e educativa contribui para a jornada de recuperação, construindo relacionamentos saudáveis e ampliando a compreensão da diversidade humana.

Como você pode ajudar uma pessoa com o transtorno de borderline?

Acredite, lidar com uma pessoa com transtorno de Borderline é uma tarefa complicada e que requer certa paciência e determinação, pois como disse anteriormente os portadores desse transtorno alternam muito de humor apegam e se desapegam muito facilmente.

Uma das principais características de quem é Borderline é o medo do abandono e da rejeição, então se você demonstrar que está presente e que se importar com a pessoa, isso pode ajudar com que ela não se sinta sozinha.

Sempre que a pessoa fizer algo passível de reconhecimento ou de elogio, é importante que se elogie para que ele se sinta compreendido e amado, tendo cuidado também nas palavras enquanto se comunica, já que a autoimagem deles é frequentemente distorcida.

Assim como tomar cuidado redobrado para não acusar ou irritar a pessoa desnecessariamente, pois isso pode desencadear um episódio de agressividade.

O essencial também é você se colocar no lugar dele, exercitando sua empatia, entendendo que se estivesse na situação dele talvez agisse da mesma forma.

Opções de Terapia e Tratamento

O tratamento do transtorno de personalidade borderline tratamento do transtorno de personalidade borderline é o mesmo para todos os transtornos de personalidade: através de psicoterapia e fármacos. Dessa forma, identificar e tratar os transtornos coexistentes é importante para o tratamento eficaz do borderline.

A psicoterapia é a principal modalidade de tratamento para indivíduos diagnosticados com TPB. Nesse contexto, procedimentos psicoterapêuticos específicos desempenham um papel crucial na intervenção durante episódios de desespero e ansiedade. Terapias fundamentadas em abordagens psicológicas visam proporcionar uma compreensão mais profunda e psicodinâmica ao paciente com TPB, capacitando-o a explorar e compreender sua própria condição. Além disso, essas terapias contribuem significativamente para a gestão de conflitos emocionais e dilemas comportamentais, promovendo a busca por ações mais equilibradas diante das notáveis instabilidades, comorbidades e recorrências associadas a este transtorno. As intervenções psicoterapêuticas são eficazes para reduzir comportamentos suicidas, melhorar a depressão e a função em pacientes com o borderline.

Os fármacos funcionam melhor quando são usados com moderação e sistematicamente para sintomas específicos. Dessa forma, os fármacos que podem ser eficazes para atenuar os sintomas do transtorno são:

  • Estabilizadores de humor: para depressão, ansiedade, labilidade de humor e impulsividade;
  • Antipsicóticos atípicos (de 2ª geração): para ansiedade, ira, sintomas cognitivos, instabilidade do humor;
  • Ácidos graxos ômega-3: são utilizados como suplementação dietética para funcionamento do organismo.

 

Por fim, é importante destacar que o prognóstico é muito melhor do que se pensava antes. Em 10 anos, pacientes chegam a 80% de remissão. Não significa que são assintomáticos, mas não preenchem mais os critérios para o transtorno”, destaca Croci. Em 20 anos, a taxa chega a 99%, segundo o psiquiatra.

Revisão da Conclusão

O transtorno de Borderline ainda necessita de mais estudo e compreensão, pois vem crescendo bastante com o tempo e assim como suas causas ainda são incertas.

Porém o pouco de informação que se tem não é tão difundido assim, dessa maneira quanto mais se conhece mais informada e preparada as pessoas estariam para combater e para que os familiares e amigos possam saber como eles podem ajudar.

Assim é fundamental reconhecer não apenas os desafios, mas também a esperança e as oportunidades de crescimento pessoal que podem surgir dessa jornada. A difusão de informações acerca da doença é essencial, a fim de propiciar um maior número de diagnósticos e, assim, com o diagnóstico e correto tratamento multiprofissional, melhorar o convívio em sociedade do portador. Esses “passos” promovem a compreensão, aceitação e suporte eficaz, assim podemos contribuir para uma abordagem mais compassiva em relação ao Transtorno de Personalidade Borderline e, consequentemente, para uma sociedade mais acolhedora e inclusiva.

No Brasil acontecem cerca de 2 milhões de casos de transtorno de personalidade Borderline, o indicado em caso de suspeita é procurar um médico clínico ou um psiquiatra para que ele possa realizar o diagnóstico.

Após o diagnóstico é preciso prosseguir para tratamentos adequados, os mais indicados são as psicoterapias e o uso de medicamentos caso sejam necessários, em alguns casos são recomendados hospitalizações, no caso de sintomas graves, surtos e tentativas de suicídio.

O risco de automutilação e de tentativas de suicídio é real em casos de Borderline, os sintomas podem levar a depressão ou a ansiedade, assim como outros transtornos de personalidade, portanto é importantíssimo que o tema seja mais divulgado e as dúvidas sejam esclarecidas.

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