São atendidos os critérios para transtorno neurocognitivo maior ou leve.
A perturbação ocorre no cenário da doença de Parkinson estabelecida.
Há surgimento insidioso e progressão gradual do prejuízo.
O transtorno neurocognitivo não é atribuível a outra condição médica, não sendo mais bem explicado por outro transtorno mental.
Transtorno neurocognitivo maior ou leve provavelmente devido à doença de Parkinson deve ser diagnosticado se tanto 1 quanto 2 forem atendidos.
Transtorno neurocognitivo maior ou leve possivelmente devido à doença de Parkinsondeve ser diagnosticado se 1 ou 2 é encontrado:
Nota para codificação: Para transtorno neurocognitivo maior provavelmente devido à doença de Parkinson, com perturbação comportamental, codificar primeiro 332.0 (G20) doença de Parkinson, seguida de 294.11 (F02.81) transtorno neurocognitivo maior provavelmente devido à doença de Parkinson, com perturbação comportamental. Para transtorno neurocognitivo maior provavelmente devido à doença de Parkinson, sem perturbação comportamental, codificar primeiro 332.0 (G20) doença de Parkinson, seguida de 294.10 (F02.80) transtorno neurocognitivo maior provavelmente devido à doença de Parkinson, sem perturbação comportamental. Para transtorno neurocognitivo maior possivelmente devido à doença de Parkinson, codificar 331.9 (G31.9) transtorno neurocognitivo maior possivelmente devido à doença de Parkinson. (Nota: Não usar o código adicional para doença de Parkinson. Perturbação comportamental não pode ser codificada, embora ainda deva ser indicada por escrito.) Para transtorno neurocognitivo leve devido à doença de Parkinson, codificar 331.83 (G31.84). (Nota: Não usar o código adicional para doença de Parkinson. Perturbação comportamental não pode ser codificada, embora deva ainda ser indicada por escrito.)
A característica essencial do transtorno neurocognitivo maior ou leve devido à doença de Parkinson é um declínio cognitivo que segue o aparecimento da doença de Parkinson.
A perturbação deve ocorrer no contexto da doença de Parkinson estabelecida (Critério B), com os déficits tendo desenvolvimento gradual (Critério C).
O transtorno é entendido como provavelmente devido à doença de Parkinson quando não há evidências de outro transtorno que pode estar contribuindo para o TNC e quando a doença de Parkinson claramente precede o aparecimento do TNC. O TNC é considerado possivelmente devido à doença de Parkinson tanto se não há evidências de outro transtorno que possa estar contribuindo para o declínio cognitivo como quando a doença de Parkinson antecede o surgimento do TNC, mas não ambas as situações.
Características frequentemente presentes incluem apatia, humor deprimido, humor ansioso, alucinações, delírios, mudanças da personalidade, transtorno comportamental do sono com movimento rápido dos olhos e sonolência excessiva durante o dia.
A prevalência da doença de Parkinson nos Estados Unidos aumenta consistentemente com o envelhecimento, de cerca de 0,5% entre 65 e 69 anos até 3% aos 85 anos ou mais.
A doença de Parkinson é mais comum em indivíduos do sexo masculino do que nos do feminino. Entre as pessoas que apresentam a doença, até 75% desenvolvem um TNC maior em algum momento durante o curso. A prevalência de TNC leve na doença de Parkinson tem sido estimada em 27%.
Desenvolvimento e Curso O aparecimento da doença de Parkinson costuma ocorrer entre a sexta e a nona década de vida, com expressão maior no começo da década dos 60 anos. O TNC leve costuma desenvolver-se relativamente cedo no curso da doença de Parkinson, ao passo que prejuízos maiores normalmente ocorrem apenas mais tarde.
Ambientais. Os fatores de risco para a doença de Parkinson incluem exposição a herbicidas e pesticidas.
Genéticos e fisiológicos. Fatores de risco potenciais para TNC entre pessoas com a doença de Parkinson incluem idade mais velha no surgimento e duração aumentada da doença.
Testes neuropsicológicos, com foco naqueles que não dependem da função motora, são fundamentais na detecção dos déficits cognitivos centrais, em especial na fase leve do TNC. Neuroimagem estrutural e do transportador de dopamina, como DaT scans, pode diferenciar as demências relacionadas aos corpos de Lewy (Parkinson e demência com corpos de Lewy) daquelas não relacionadas (p. ex., doença de Alzheimer), podendo, por vezes, ser útil na avaliação de TNC maior ou leve devido à doença de Parkinson.
Essa distinção baseia-se muito no momento certo e na sequência dos sintomas cognitivos e motores.
Para o TNC ser atribuído à doença de Parkinson, os sintomas motores e outros sintomas dessa doença devem estar presentes bem antes (por convenção, no mínimo um ano antes) de o declínio cognitivo ter alcançado o nível de TNC maior, ao passo que no TNC maior ou leve com corpos de Lewy os sintomas cognitivos começam logo antes ou são concomitantes aos sintomas motores.
Para TNC leve, o momento certo é de difícil estabelecimento, porque o próprio diagnóstico é menos claro e os dois transtornos existem em um continuum.
A não ser que a doença de Parkinson tenha sido estabelecida algum tempo antes do surgimento do declínio cognitivo ou as características típicas do TNC maior ou leve com corpos de Lewy estejam presentes, é preferível diagnosticar TNC leve não especificado.
As características motoras são essenciais para a distinção entre TNC maior ou leve devido à doença de Parkinson e TNC maior ou leve devido à doença de Alzheimer. Os dois transtornos podem, porém, ser concomitantes.
O TNC vascular maior ou leve pode se apresentar com aspectos parkinsonianos, como lentificação psicomotora, que pode ocorrer como consequência de doença em pequeno vaso subcortical.
As características parkinsonianas, no entanto, não costumam ser suficientes para um diagnóstico de doença de Parkinson, e o curso do TNC normalmente tem clara associação com mudanças cerebrovasculares.
Quando considerado um diagnóstico de transtorno neurocognitivo maior ou leve devido à doença de Parkinson, deve também ser feita uma distinção de outros distúrbios cerebrais, como paralisia supranuclear progressiva, degeneração corticobasal, atrofia sistêmica múltipla, tumores e hidrocefalia. Parkinsonismo induzido por neurolépticos.
Pode ocorrer parkinsonismo induzido por neurolépticos em indivíduos com outros TNCs, particularmente quando fármacos bloqueadores da dopamina são prescritos para manifestações comportamentais desses transtornos.
Outras condições médicas. Delirium e TNCs devidos a efeitos secundários de fármacos bloqueadores da dopamina e outras condições médicas (p. ex., sedação ou cognição prejudicada, hipotireoidismo grave, deficiência de vitamina B12) devem ser também descartados.
A doença de Parkinson pode coexistir com doença de Alzheimer e doença cerebrovascular, especialmente em idosos.
O conjunto de características patológicas múltiplas pode diminuir as capacidades funcionais de pessoas com Parkinson. Sintomas motores e comorbidade frequente com depressão ou apatia podem piorar o prejuízo funcional.
Desde 2009 Grupo Reset Prime Todos os direitos reservado
© Copyright 2001-2024 Copyright.com.br – All Rights Reserved